Por que, logo eu, me tornei um rato de escritório?
Presa!
Tão presa que minhas presas se alinharam num sorriso perfeito
que ilude,
clama e às 18h foge!
É 2019, será que um dia eu verei o fim do dia?
Saudades do horário de verão,
Quando após o turno comercial ainda é dia,
é primavera, mas me aconteceu…
o privilégio de o sentir,
como numa piada sádica do sistema
Eu venero um astro, que acorda comigo às seis
O seu toque caloroso de despedida me faz experimentar as cores
Degustar o laranja, o rosa e o vermelho,
que eclodem um “não” em minha alma livre e enjaulada
não me resumo a um roedor, preso, na infinita rotação do tempo
eu sou passageira,
em vermelho, rosa, laranja e azul…
Naquele contato, às 18:30, no final de novembro,
a estrela me disse, tome ações
pois, tua alma mora nas reações;
e passei a ser a constante
admiradora
do fim do dia.